O ódio nunca desaparece, enquanto pensamentos de mágoas forem alimentados na mente. Ele desaparece, tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos.
Sakyamuni
sábado, 5 de janeiro de 2013
domingo, 8 de abril de 2012
Azul-escuro de uma solidão
O texto que vou publicar a seguir é uma história que escrevi a cerca de três anos e resolvi partilhar.
Chama-se azul-escuro de uma solidão.
Azul-escuro de uma solidão
Era Verão e Isabel sentia a humidade própria daquele altura percorrer o seu corpo. Estava deitada a pensar e usava a escuridão como companhia. Era assim que gostava de pensar, no silêncio, onde ninguém a podia interromper. Gostava de analisar o seu dia e isso ajudava-a a dormir quando não estava cansada para dormir logo quando se deitava.
- Ele tinha razão – disse ela muito baixinho para que os seus pais não a pudessem ouvir.
De repente, uma lágrima percorreu-lhe a face. Sentiu a tristeza e o calor daquele amor do passado inundarem o seu coração e lembrou-se de tudo o que sofrera por ele e como o amara. Nunca sofrera por ninguém daquela maneira mas nunca amara ninguém como o amou a ele.
Quando estava com ele, ela desejava que o tempo parasse para puderem estar infinitamente juntos, amava-o como se fosse a última vez que o veria, sorria de alegria pura, uma alegria que a percorria sem igual e conversava tão naturalmente, como se o conhecesse desde o primeiro minuto da sua vida.
Ele dissera-lhe que ela sentiria a sua falta e não encontraria um outro amor como o deles. E tinha razão, Isabel sentiu a falta de correr para ele para desabafar. Sentiu a necessidade de alguém acarinhar a sua boca e a falta daquele abraço onde ela se sentia segura.
Naquele momento não conseguia decidir se o que se tinha passado entre eles deveria ter mesmo acontecido. Nunca sentira sentimento tão forte por alguém mas e a dor?! A dor que sentiu por não poder estar perto dele, a dor do abandono, a dor de não saber que fazer com todo o amor que a continuava a inundar depois de ele a ter deixado. A dor tinha sido um vulcão, um tsunami e um sismo que tinham abalado o seu mundo.
Naquele preciso momento, eles eram desconhecidos um para o outro. Os dois tinham seguido com a sua vida e feito os possíveis para esquecer tão profundo sentimento. Era a adolescência, as coisas mudavam e eles queriam aproveitar a mudança para se transformarem em outras pessoas ou no mínimo esquecerem que alguma vez se tinham sequer conhecido. Agora este era o presente deles.
Isabel voltou e recordar-se de um momento entre os dois, um momento feliz. Mas com os momentos felizes vem os momentos infelizes.
Isabel tinha ido a uma festa com as suas amigas e amigos e dançava. Divertia-se tanto a cantar e a dançar ao som daquela banda que era a sua banda preferida de infância. Lembrou-se que durante algum tempo da sua infância só sabia as letras daquelas canções. Olhou para trás e foi então que o viu, viu aquela pessoa que amou e tentou esquecer. O tempo parou para ela. Isabel olhou para ver se ainda reconhecia alguma coisa que amara nele e encontrou. O seu olhar continuava o mesmo. Foi diferente olhar para ele, nos seus grandes olhos verdes, uma sensação que a acompanhou durante o resto da noite.
Ele estava com a namorada e ela com os amigos mas os dois queriam olhar um para o outro e descobrir quem eram eles os dois naquela noite.
Depois de chorar por se ter lembrado daqueles sentimentos todos que tinha abandonado, Isabel adormeceu com a mão fechado sobre o coração como que para suportar a dor das recordações.
O azul-escuro da escuridão e a dor tiveram a mesma cor durante aquela noite. Um azul-escuro misterioso, para uma dor inesquecível e uma escuridão silenciosa. Os dois eram da mesma cor para Isabel.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - FIM - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Frases
"O espelho reflecte mas não nos vê; só outra pessoa pode ser um verdadeiro espelho para um ser humano; somente as pessoas nos podem responder com sentimentos e compreensão, com irritação ou admiração, com ajuda ou competição."
Asch, S., Psicologia Social, C.E. Nacional, 1977, pág.123.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
I found that...
Eu descobri com a série Bones (e ainda dizem que não se aprende nada vendo televisão, mentira LOL) que Platão tinha uma teoria acerca das almas gémeas. Para Platão as almas gémeas surgiram da seguinte forma: existiam seres que possuíam dupla sexualidade (eram tanto femininos como masculinos) , tinham duas cabeças, quatro braços e quatro pernas. Estes seres atreveram-se a desafiar os deuses imortais do Olimpo. Os deuses não gostaram de ser desafiados e como viram que a forças destes indivíduos provinha da sua dupla natureza decidiram separá-los. Depois de separados estes indivíduos quiserem encontrar as suas metades e não encontrando ficaram infelizes, fracos e sem vontade de desafiarem de volta os deuses. Ficaram, assim, condenados a procurar a sua metade. <3
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Igualdade de direitos entre os dois sexos
Desde os primórdios da humanidade que a mulher é considerada como inferior ao homem. O seu papel na sociedade, no mundo, é menos importante do que o que o homem tem. A mulher foi e continua a ser tratada, especialmente em alguns países do Oriente, como útil apenas para cuidar dos filhos e do marido, para executar as tarefas domésticas e estar à disposição do homem, como se fosse um ser inferior e sem vontade própria. Este tipo de preconceito contra a mulher apesar de ser uma ideia ridícula e sem nenhum fundamento ainda existe nos dias de hoje. No entanto, as mulheres lutaram pelos seus direitos, lutaram para puderem votar, para serem tratados com o mesmo respeito e importância que o homem, lutaram para terem uma vida melhor.
Em pleno século XXI, muitas mentalidades mudaram, sobretudo nos países ocidentais. A mulher do século XXI trabalha fora, tem o direito de votar, já vai dividindo as tarefas domésticas com o homem, é respeitada como igual, tem direito à sua opinião… As mulheres do século XXI mudaram o seu papel na sociedade, mudaram muitas mentalidades, muitos preconceitos. Mas será que a forma como a mulher é encarada na sociedade é influenciada pela cultura? Claro que sim, o que somos é o resultado da interacção com a cultura, com a sociedade. As nossas opiniões, formas de ver o mundo, de ser e estar, a nossa história pessoal, resulta da interacção numa dada cultura, numa dada sociedade. O papel da mulher é portanto dependente da cultura em que ela está inserida.
A religião é um factor importante em várias culturas, para várias pessoas. Define os nossos princípios, a nossa maneira de ser, de estar, de pensar e teve uma grande influência na maneira como a mulher é encarada na família, na sociedade. De acordo com uma história antiga, Deus criou primeiro o homem e só depois criou a mulher, a partir de uma costela do homem. Esta história é sem dúvida absurda porque depois de ocorrer fecundação é a presença de um cromossoma (X ou Y) que vai definir o sexo do futuro bebé e além disso é a mulher que carrega o filho durante os nove meses de gestação. É caso para dizer que é como se o homem é que saísse da “costela” da mulher.
Mas porquê falar em igualdade de direitos para homens e mulheres? A resposta mas óbvia, na minha opinião, é porque se trata de justiça, de sermos justos. Um dos argumentos usados para anular a ideia de igualdade entre os dois sexos é a de que ambos os sexos são diferentes. Este argumento é facilmente destrutível. Todos os seres humanos são diferentes entre si, não existem dois seres que sejam exactamente iguais, nem os gémeos verdadeiros. Estes podem ter aparências semelhantes mas os cérebros deles são diferentes. As suas personalidades são diferentes, o modo de vestir pode ser diferente (apesar de desde crianças serem vestidos muitas vezes de igual), as crenças, os gostos são diferentes… Mas para alcançarmos os mesmos direitos, não podemos esquecer as diferenças e tentar forçar uma igualdade de comportamentos. Isso seria cruel. Os estudos científicos que vão sendo realizados, vem comprovar que existem diferenças entre ambos os sexos, no comportamento, na anatomia, nos mecanismos neuronais, nas influências hormonais… Mas isso não quer dizer que as características de um sexo ou do outro sejam superiores. São características diferentes. O homem realiza umas tarefas melhor, a mulher tem mais habilidade para realizar outras. O homem é muitas vezes encarado com um ser mais forte que a mulher, um ser com mais força e por isso mais importante. Não podemos pensar desta forma, o corpo do Homem é de forma clara mais forte, aliás na adolescência ocorre o desenvolvimento da musculatura nos homens e na mulher não. Mas existem mulheres com mais força que alguns homens. As estatísticas são feitas não para tornarem um sexo superior ao outro mas sim para provar que somos todos diferentes, todos únicos. Não temos, nem devemos querer nos adaptar aos padrões que existem, devemos ser aquilo que somos, mulheres ou homens.
Homens e mulheres são diferentes, mas também são iguais. Esta frase é de certa forma uma contradição mas é verdade. Temos características que nos tornam únicos e outras que nos tornam muito semelhantes. As mulheres tem alguns dos genes que o homem possui ou o homem tem alguns genes em comum com a mulher. Os cérebros de homens e mulheres são incrivelmente semelhantes, os níveis médios de inteligência são iguais, usamos linguagem semelhante e pensamos sobre o mundo físico e vivo da mesma maneira geral. Sentimos as mesmas emoções básicas, procuramos parceiros inteligentes e gentis, sentimos ciúme e lutamos pelos nossos interesses.
Gostava muito que em alguns países onde as mulheres não têm direito a conduzir, a ler a sua correspondência com privacidade, a manifestarem a sua opinião, a escolherem o que querem para a sua vida, as mentalidades mudassem. Não suporto pensar que se um homem trair a sua mulher nada lhe acontece mas que uma mulher possa ser apedrejada até a morte se tiver o mesmo comportamento. Não suporto saber que porque uma mulher ousou gostar de alguém, escolher de quem pode gostar, seja maltratada, violentada, até morta. Não quero imaginar como seria a minha vida sem puder ser como sou, manifestar a minha opinião publicamente, puder mostrar o meu rosto, usar a roupa que gosto, escolher o rapaz de quem gostar. Gostaria que um dia o mundo fosse mais justo para todas as mulheres. Gostaria de saber que as mulheres orientais têm os mesmos direitos que eu. Além disso, gostaria que em muitos países ocidentais se deixasse de transmitir a ideia de que o homem é melhor, mais importante, superior. É daqueles factos que deveriam ser esquecidos. É o tipo de senso comum que pode e deve ser destruído.
A cultura é de facto muito importante e por ser tão importante é que preconceitos, estereótipos como o que o homem é mais importante, que o homem tem um papel mais significativo na sociedade, deveriam ser eliminados para não alterarem a vida das pessoas de forma negativa. As mulheres são tão importantes como os homens, os dois sexos tem igual importância, são as ideias que devem ser transmitidas de geração em geração para que o mundo se torne um lugar mais justo.
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